Que mundo é esse em que vivemos em sofrimento?
Sofremos com nossos corpos que nunca atingem o padrão inalcançável
Ou com o rótulo de “exibidas” se gostarmos do que somos.
Sofremos com as conseqüências biológicas de simplesmente sermos
mulheres. As malditas dores que nos deixam vulneráveis, mas que não são
desculpa para não nos arrumarmos e fingirmos que está tudo bem, quando, na
verdade, só queríamos deitar na cama quentinha e esquecer do mundo lá fora.
Sofremos com nosso desejo. Se queremos demais, somos putas. Se
queremos de menos, somos frígidas.
Querer uma mulher?
Querer uma mulher e um homem? Pior ainda.
Sofremos pela rivalidade feminina nos ensinada desde o berço.
Sofremos com nosso silêncio. Mas se ousamos falar, “pra que tudo
isso?”.
Sofremos com o silêncio dos homens, que no alto de seus
privilégios nada fazem por nós.
Sofremos ao sermos mães. E com a busca em ser a mãe perfeita.
A esposa perfeita.
A amante perfeita.
A profissional perfeita.
...
A mulher perfeita.
Nossas feridas são motivo de orgulho, como se, de alguma forma,
elas representassem medalhas por nossas vitórias diárias.
Mas as medalhas de verdade nunca vêm. E nunca virão. E eu queria
não precisar de medalha alguma.
Somos fortes, porque precisamos ser. Não é bem uma escolha. Ganhar
mérito por isso chega a ser um tanto... perverso.
Mas ser mulher tem lá suas vantagens. O enigma abre espaço para
moldarmos quem queremos ser. E que delícia poder escolher.
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