segunda-feira, julho 01, 2019

A Minha Verdade

(31/06/2019)

Já faz muito tempo que me calo em pensamento.
Sou inundada pela raiva e mágoa por todas as vezes que me feriram sem saberem.
Um comentário inocente na verdade era um disfarce para o ódio gratuito. E que eu, na minha esperança em ser aceita, engoli em seco todas as vezes. Dizia para mim mesma que era preciso respeitar o pensamento antiquado das gerações passadas.
Hoje, abro a porta e convido-os a se retirarem, pois a minha verdade vale mais.
A verdade é que o colo que desejo é feminino.
O perfume preferido é feminino.
A voz que me acalma é feminina.
O corpo que me aquece é feminino.
Quero poder falar de amor sem censurar o meu desejo.
Quero fazer planos sem ter medo.
Quero suspirar quando penso nela sem podar o meu amor.
Quero fantasiar sem minha auto-reprovação.
Quero terminar esse texto sem culpa.
Culpa por ser diferente.
Culpa por não me encaixar.
Culpa, principalmente, por não conseguir me libertar.
Depois de tanto tempo, ainda dói.

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