terça-feira, dezembro 08, 2015

23

Taylor Swift canta uma música chamada "22". Mal sabia eu que seria um ano tão marcante. A letra da música não chega nem perto de contemplar tudo que vivi e senti.

22 anos já começou de uma forma super difícil. Meus pais não estavam aqui, minha vida estava um caos. Por um tempo as coisas melhoraram, depois pioraram de novo. Reuni coragem para contestar o porquê de tudo aquilo e decidi que aquele era o meu limite.

Mas só eu sei o quão tenso tudo foi. As pessoas acham que dar um basta em uma situação que te faz infeliz é mais do que suficiente, mas ninguém fala da dor que decidir traz, ou de como é ruim reunir seus próprios pedaços quando o caos termina. A verdade é que me senti muito sozinha, me isolei ainda mais, me senti abandonada e, consequentemente, fiquei com raiva de muitos dos meus amigos. Achava que eles tinham obrigação de me dar colo, me consolar.

Ao mesmo tempo que catava meus pedaços, aprendia a reconhecê-los e adaptá-los para que me servissem melhor. Jogar algum desses pedaços fora seria como negar uma parte daquilo que me constrói, seria me deixar incompleta. Outros desses pedaços estavam empoeirados, esquecidos. Foi bom cuidar desses e de todos os outros pedaços para me reerguer e me superar.

Acho que posso resumir meus 22 anos como um ano difícil, mas também posso dizer que sinto uma enorme gratidão pela Ana de 22 anos. Obrigada por ter cuidado de mim para que eu chegasse aos meus 23 muito melhor do que você chegou aos 22. Não foi fácil, mas cada decisão feita reflete no que sou hoje.

Sim, ainda não sou tão confiante quanto gostaria de ser, não me amo tanto quanto deveria, mas sei que aprendi e melhorei muito graças aos meus 22. Chego aos 23 com vontade de continuar meu próprio legado, e principalmente FELIZ.

Happy birthday, Ana. You deserve it.

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

A Morte

A Morte é o que mais me aflige na vida. Morro de medo em morrer. A morte alheia é extremamente comovente, pois me lembra que a vida é finita. Não é um assunto fácil, mas lidar com ela ficou um pouco mais compreensivel depois de estudar um pouco sobre isso na faculdade. Vou falar aleatoriamente de algumas coisas que ficaram comigo (ditas pelo professor e/ou pensadas por mim):

~ A vida só é vida por causa da morte. Se a vida fosse eterna, nossa forma de lidar com ela seria completamente diferente.

~ As pessoas hoje não têm mais espaço para falar sobre a morte, para vivenciar o luto de forma plena. Se alguém morre, as pessoas vão ao funeral/enterro e retomam suas vidas como se nada tivesse acontecido. Não há espaço para dizer adeus, para chorar sem que se incomodem. (A propósito, o luto "normal" dura até um ano. Depois disso, pode indicar alguma patologia)

~ Muitas pessoas veem a morte de forma muito idealista. A morte é a salvação? A morte traz alívio para quem está sofrendo fisicamente e/ou emocionalmente? Não há como saber.

~ A única certeza da vida é a morte.

~ A maioria dos doentes terminais não têm espaço para falar sobre a morte que está por vir, seja porque a família ou seja porque nem os profissionais conseguem lidar com tal situação (incluindo muitos psicólogos). A verdade é que não há nada que possa ser feito, mas muitos insistem em querer preencher a vida desses doentes com alegria e esperança.

~ A morte é tão difícil por ser a única coisa que não pode ser desvendada pelo homem (talvez por enquanto?).

Tenho experiências muito íntimas em relação a pessoas que tentaram suicídio. Só posso dizer que fico feliz que nenhuma tentativa tenha dado certo. Essas pessoas são muito especiais para mim.

Acho que entendo o que a morte envolve, como as pessoas lidam com ela (tendo medo e/ou tendo vontade de morrer). Meu medo dela não é menor, mas diria que tento usar esse medo para lidar melhor com o assunto, para procurar me tornar uma pessoa/profissional melhor.

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Noites inquietas e suas confissões

Cá estou eu, no início da madrugada. Deveria estar dormindo, já que amanhã tenho que trabalhar. Mas, como nas noites anteriores, não consigo pegar no sono (ou melhor, o sono vem e... nada de adormecer).
Começo a fazer suposições a respeito de minha saúde: será que estou usando muita tecnologia antes de dormir? É possível. Será que é porque meus dias estão muito parados/sem gasto de energia? Também é possível. Será que estou assim porque nos últimos dias consumi açúcar/carboidrato/cafeína pouco antes de dormir? Será meus pensamentos inquietos a respeito da vida? Será que é a claridade do meu quarto, já que estou sem cortina? Há tantas possibilidades. Pode ser tudo junto. Resolvi, então, tentar aliviar os pensamentos para ver se funciona.
Assisti ao documentário da Cássia Eller. Deu vontade de ser uma daquelas pessoas que encantam as pessoas. A Eller encantava ao cantar, Não sei bem como encantaria as pessoas. Talvez com minhas palavras. Isso soa extremamente presunçoso, é verdade. É o mal da minha geração. Fomos criados para nos sentirmos especiais. Bem, acho que no meu caso a coisa foi um pouco diferente. Minha mãe repassou bem um ensinamento que aprendeu com minha avó: "Ninguém é melhor do que ninguém.". Talvez (talvez) minha vontade seja ligada a um certo "complexo" recente meu. A sensação de ser invisível pelo meu tamanho. Isso soa forte demais ao colocar em palavras. Acho que a Ana de antigamente tirava isso de letra pelo jeito brigão. Estou amolecendo e sinto que estou um pouco mais vulnerável por conta disso. Quero dizer, eu não tenho problema em ser pequena. Minha mãe me criou dizendo que eu era capaz de fazer de tudo, nem que eu tivesse que alcançar o que quero com uma escada. Acho que o que me incomoda são as pessoas, as brincadeiras constantes, as situações do dia-a-dia que tornam em momentos desconfortáveis (tipo o nervoso que bate quando o botão de solicitar a parada do ônibus não funciona e tenho que pedir a alguém/pular/me pendurar para alcançar a corda).
Sei lá, me sinto um tanto ridícula escrevendo isso. Todos nós somos vulneráveis em sentidos diferentes. Nem sei porque estou falando disso.

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