terça-feira, março 27, 2012

Algumas verdades que deveriam ser contestadas


Ao mesmo tempo que algumas aulas podem te fazer pensar no porquê de você estar ali, tendo que aprender aquilo, outras podem ser realmente inspiradoras.

E posso dizer que são essas aulas que me fazem pensar que, sim, estou no lugar certo.

No período passado, fiz uma oficina chamada "A politização do sensível" (ou "A sensibilização do político") e posso dizer que, depois de algumas "aulas" (que, na verdade, estavam mais para discussões), passei a contestar comportamentos que são considerados normais.
Para falar a verdade, as pessoas mal percebem que se comportam daquela forma.

Por exemplo: Já perceberam como fazemos de tudo para não tocar em estranhos? Nem mesmo de leve?

"Cada um tem sua zona de conforto. Só algumas pessoas podem entrar nela sem que o 'proprietário' da zona se sinta desconfortável."
Já pararam para pensar no porquê diabos temos essa tal zona?
Qual é o problema de tocar nas pessoas?
E achamos que NÃO tocar é normal!

Gostaria de ter aproveitado mais a tal oficina...

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Depois da minha primeira aula de Estágio Básico (no dia 14/03/2012), tenho pensado em algumas coisas que a professora (que, a propósito, se parece MUITO com a Camila Morgado) nos disse. (E fiz questão de anotar, é claro!)

Ela disse que vivemos numa cultura que tira toda a autonomia dos sujeitos.

"Diga-me o que comer.
Diga-me o que vestir.
Diga-me o que ser."


É chocante, mas é a mais pura verdade.

Além disso, ela falou sobre outras questões, mas que deixarei para um outro post.

Para concluir, deixo, então, uma tirinha da Mafalda que completa muito bem o que tenho pensado:


Bjmordida!

segunda-feira, março 26, 2012

If you don't have anything to say, please, shut up

Estou meio cansada de futilidades.
Não estou com vontade de conversar apenas para preencher o silêncio ou cumprir qualquer protocolo.
Não quero conversar sobre coisas que não acrescentam nada à minha vida.
Sem paciência para piadas e comentários que depreciam algo ou alguém.
Respeito é bom e todo mundo gosta.

É incrível como as pessoas podem ser tão interessantes e absurdamente mesquinhas.
Ao mesmo tempo que me fascinam, também me deixam desesperançosa.

Será que é mesmo possível um mundo melhor?

Se tem uma coisa que fico extremamente agradecida ao meu pai é por ele ter me ensinado algo ao longo da minha infância e adolescência:

"Se você não tem nada de bom para dizer, não diga nada."

Bjmordida.

domingo, março 18, 2012

Never Let Me Go, Never Let Me Go

É tudo tão sereno, e, ao mesmo tempo, tudo tão intenso!
Inspiro calmamente, enchendo os pulmões com o máximo de ar que consigo e expiro lentamente. Uma respiração tranquila, mas que me faz sentir tão viva.
O coração, entretanto, bate no peito de forma irregular, acelerando, depois me dando a sensação de que vai parar a qualquer momento e, então, acelera descontroladamente novamente.

Tenho a sensação de que, ao mesmo tempo que abria uma porta, fechava outra. Vou procurar não fazer mais isso.
Aliás, para que estar num lugar que tem portas?
Vou para o ar livre, sentir o vento bater em meu rosto, despentear meus cabelos...

Bjmordida

(PS: Tenho um monte de posts nos rascunhos, inspirados nas aulas da semana. Procurarei postá-los ainda esta semana!)

segunda-feira, março 12, 2012

Old me

Resgatando fotos e textos antigos, percebi o quanto eu era infeliz, pelo menos parcialmente.
Talvez infelicidade seja uma palavra forte demais.
Consigo me lembrar muito bem das angústias e inseguranças. Quero dizer, não que eu me lembre dos motivos de todas elas, mas eu me lembro muito bem da sensação. Era sufocante.
Às vezes ainda me sinto assim. Acho que é mais por ter ficado por tanto tempo assim e ter me acostumado com isso.
Eu me sentia sozinha. Não me sentia à vontade para ser 100% verdadeira e livre. Sempre me escondendo, com medo.
É estranho olhar para trás e ver que eu não fazia ideia do que estava acontecendo, o porquê de eu me sentir daquele jeito. Não era próxima dos parentes, não era próxima emocionalmente da maioria dos meus amigos... Onde eu estive esse tempo todo? Presa numa cela escura e fria? Ou eu era apenas egoísta demais para me misturar com as pessoas?
Medo de ser rejeitada. Medo de dar a cara à tapa.
Engraçado perceber que nem todas as pessoas mordem.
Bem, acho que eu era forte. Apesar de todos esses conflitos, inseguranças e angústias, acho que nunca fui ao fundo do poço. Sempre me segurando para não cair sem nem perceber que fazia isso.
O que me motivava? O que me deixava feliz?
Talvez seja por isso que eu tenha a impressão de que tudo foi bem mais ou menos.
Nem terrível, nem maravilhoso.
Aceitável, razoável. Dava para sobreviver.

Como as coisas mudaram? Como o razoável tornou-se inaceitável?
Acho que foi quando aprendi a ser mais sincera comigo mesma. E quando quis ser sincera com todos os outros (bem, ou pelo menos com todos aqueles que gosto).

Muitas pessoas me marcaram. Algumas de maneira positiva, outras de maneira negativa. Entretanto, todas elas tiveram sua importância. Positividade para suportar, negatividade para ter força.

Qualquer luta tem que ser lembrada e comemorada.
Então, acho que esse post se trata disso. Minha luta comigo mesma em busca de mim mesma, da minha aceitação, do meu amor próprio, da minha vontade de dividir, do meu perdão.

Talvez não tenha falado muito por aqui, mas é porque não tenho muito o que dizer. Quando tiver, como agora, venho dar sinal de vida aqui.

Bjmordida

quinta-feira, março 01, 2012

Infinito & Eterno

Não há nada pior do que o desejo de ser infinito, eterno.
Pior que há: O desejo de que nossas relações sejam assim.

Não falo só de amor. Falo também de amizades, lugares (ou parece tão absurdo ter uma relação com um lugar?). - Bem, sei que amizade e lugar se encaixam em amor, mas resolvi deixá-los separados, para não restar dúvidas sobre aquilo que escrevo

Por que é tão ruim e doloroso quando algo não dura por muito tempo? Por que precisamos estar amarrados?
Estou começando a pensar que as relações não são laços, são fluídos. Emitimos energia o tempo todo. A partir de nossas mudanças, essa energia também muda. E, de repente, não estamos mais em sintonia com aquilo que gostávamos. A relação não flui como antes. A troca de energias se torna diferente.

Talvez seja porque nossas relações estão baseadas em lembranças, não no momento.
Talvez aqueles que dizem que a falta de memória é algo bom estejam certos.

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Aula de Epistemologia e História da Psicologia, 24/11/2011.