domingo, dezembro 14, 2014

Angústia

Tamborilo os dedos numa superfície qualquer, agito os pés no ritmo de uma música.
Procuro respostas sem saber como fazer as perguntas certas.
Qual caminho devo seguir?
A incerteza gera angústia.
Ninguém para guiar, nenhuma luz para iluminar.

terça-feira, julho 15, 2014

Gente grande?

Apesar de postar muito pouco por aqui (cada vez menos), acho que meus posts recentes têm seu mérito. Quando comecei o blog, postava qualquer abobrinha que achasse interessante e/ou quando queria "bater o ponto". Com o tempo, o conteúdo foi ficando mais "maduro", ou seja, menos bobalhão, com questões minhas que estavam de alguma forma me sufocando. Não que eu não tenha mais questões assim, mas tenho com quem dividir, aprendi a lidar com o que não tem resposta e, infelizmente, confesso que desconto um pouco na comida. Eu sempre fui sincera aqui (por mais que muitas das minhas questões tenham ficado escondidas no Rainbow Daily ou para mim mesma), então seria hipócrita esconder essa situação agora.

(Enfim, esse parágrafo saiu um pouco no estilo pai-de-santo, como costumava brincar quando escrevia um post sem nem pensar direito. Deu para perceber que estou um pouco nostálgica?)

A nostalgia tem motivo. Nas férias, sempre resgato coisas pendentes, arrumo papéis, fico repensando o que posso melhorar no próximo semestre e... Fico de pernas pro ar. 
Parte de mim gosta de ficar de bobeira, é verdade. Mas outra parte odeia esse "não aconteceu nada hoje". Talvez o que mais me entristece é que eu não quebro esse ciclo de não fazer nada! Esse lance de se auto-sabotar é mesmo uma merda (perdoem o palavrão).

(  /\ Outro parágrafo pai-de-santo.)

O que eu vim mesmo escrever é sobre a ausência dos meus pais. É muito estranho não ter saído de casa, e sim ter os pais nessa situação. É o meu lar, não consigo me imaginar morando numa república ou algo do tipo. Mas essa mudança é pouco usual, falem sério. A casa não é minha, nem do meu irmão. Os donos da casa não estão aqui, e ainda por cima pagam as contas. Até que ponto posso deixar a casa como EU quero? Até que ponto posso receber visitas sem invadir o espaço dos meus pais (que não estão aqui) e do meu irmão (que está aqui)?
Minha mãe vem mais ou menos uma vez por mês, fica uma semana e depois vai embora. Meu pai só pode ficar durante o final de semana, por causa do trabalho.
Quando a família se reúne, fazem planos: comprar uma cama nova para mim, que estou com a minha quebrada. Mas, peraí, daqui a pouco não sou eu que saio de casa? Não é melhor deixar a cama pra lá?

Acho que toda essa situação está me confundindo e me deixando inquieta.
Sou adulta, mas tenho muito que aprender. A responsabilidade pesa, faz com que me sinta muito velha e muito nova ao mesmo tempo. E me cansa, essa é a verdade.

Bem, uma coisa eu tenho certeza: mimo é bom demais. É muito bom ver a família e ficar passeando, sem as cobranças de morar junto. Como minha mãe disse ontem, é a maior rasgação de seda.
(Fora os mimos dos avós!)

Bjmordida

PS: A Bella me ajuda pra caramba. Depois não sabe porque a amo tanto!
PS2: Esse post seria falado numa mesa de bar, tenho certeza.

domingo, maio 04, 2014

I am alive!

Hoje recuperei um e-mail que tinha dado problema, então havia diversos e-mails não lidos (sendo a maioria de propaganda de corrida). Também havia notificações de comentários no blog, o que me fez lembrar que fazia um tempinho desde a última vez que dei sinal de vida.

A rotina pesa. Trabalho, faculdade, vida de dona de casa, namorada, família... E a bonitona aqui resolve entrar num trabalho voluntário!
O nome do grupo é Centro de Valorização da Vida (CVV). Por enquanto, estou na segunda etapa do treinamento, que vai durar nove semanas (esta será a quinta). Não sei como vai ser quando eu passar a atender pessoas, mas posso dizer que o treinamento tem me ajudado a refletir sobre o modo que conversamos com as pessoas.
Bem, desde que entrei na faculdade, sou convidada a refletir sobre isso, mas de modo profissional. Nesse treinamento, a reflexão se estende à vida pessoal (não que a faculdade também não seja assim, mas é mais fácil de separar as coisas). Como psicóloga, já sei há séculos que não serei alguém que dá conselhos, mas a Ana adora dar uma de "mãe chata" e sair por aí tagarelando frases para inspirar. É, as coisas estão mudando, ou pelo menos estou tentando.
É até irônico, porque faz um bom tempo que eu adotei o pensamento de "Cada um sabe onde o calo aperta"/ "Cada um sabe o que é melhor para si", mas, para os mais queridos, sempre dava pitaco. Posso dizer que o curso deu um tapinha na minha cara. Afinal, quem sou eu para salvar o mundo? Isso não significa que eu não ligue. Mas é melhor assim. É melhor ser o apoio, não tentar ser o super herói. Ser super herói exige que você fique numa posição diferente, de destaque, e não é isso que busco.
Tá, eu acho que estou me confundindo. Minha intenção não é tirar o mérito do super herói, nem dizer que não quero prestígio. É só que é muito difícil aconselhar e ver que você não ajudou. Na dúvida, é melhor você ser um ombro amigo do que colocar uma decisão sua para o bem de alguém. 
(É, acho que consegui me esclarecer)

Bjmordida

sexta-feira, janeiro 24, 2014

Apática

A Carol R.C. me lembrou sobre a época que eu escrevia com mais frequência no blog. É um pouco decepcionante perceber que o número de postagens vêm diminuindo com o tempo. Espero que eu não pare de escrever aqui tão cedo, porque boa parte da minha história está nesse blog.

Bem, boa parte da minha história.

Acho que uma outra parte ficou faltando, por conta da vergonha, do medo de ser repreendida, pela minha própria confusão. Ou, atualmente, pela pouca vontade de falar sobre mim, seja por não querer me expor, seja por não querer pensar nas coisas. A verdade é que encarar a tela em branco de um blog me tira da minha zona de conforto. Fora que às vezes também sou muito preguiçosa.

Falando em preguiça, sinto que minhas férias têm passado um tanto vazias. Eu não tenho tido vontade de sair, então, sempre que me sinto sozinha, convido as pessoas para virem aqui. Cá entre nós, adoro receber visitas.

Agora estou morando sozinha com meu irmão, pois meus pais se mudaram para Brasília. Nosso espaço pouco mudou, mas a rotina é completamente diferente. Agora tenho que cozinhar, cuidar da casa. E sei que uso isso como desculpa para mim mesma para não sair. Entretanto, eu acabo não fazendo muita coisa, ficando a maior parte do tempo vendo TV ou mexendo no computador. As coisas até melhoram quando a Bella vem aqui, mas também tenho que me preocupar para não invadir o "espaço do meu irmão", o que é um saco.

Eu quero ter força de vontade para fazer as coisas, mas parece que o cansaço de 2013 pesa em mim, fisica e emocionalmente falando. Estou me sentindo fraca.
Muitas coisas aconteceram ano passado, e poucas coisas eu disse/quis dizer sobre tudo isso. Aos poucos, vou me expressando. Talvez muito mais devagar do que deveria.

O que eu quero para 2014 e além?
Quero que as coisas fiquem bem.

Bjmordida

quinta-feira, janeiro 02, 2014

2013

(Era para ser um texto do dia 31, mas não tive tempo nem cabeça para escrevê-lo)

Posso resumir 2013 com uma palavra: UFA! Foi um ano difícil. Um ano cheio de encontros e desencontros comigo mesma e com o resto do “mundo”.

Afastei-me do que antes considerei benéfico e abracei o desconhecido. Posso dizer que fiquei um tanto desconfiada com a vida. Afinal, quem se importa com o que se passa na minha vida?! Por conta disso, preferi ficar (mais) quieta. E me surpreendi com pessoas que não imaginava. Sabe uma conversa que você conta um “causo” e depois vai embora? Fiquei surpresa por saber que muitos desses “causos” foram lembrados, mas me senti um tanto egoísta por não lembrar tanto dos que foram contados para mim.
Bem, acho que estou me precipitando.

Trabalho novo. Cheguei a ter dois empregos. Descobri que dinheiro é bom, mas não compra satisfação. Ser bem acolhida e receber votos de confiança são coisas maravilhosas (principalmente depois de te fazerem acreditar que você não é tããão capaz assim). Ser reconhecida e ainda me divertir são o verdadeiro pagamento (e compensa o estresse).

 Na faculdade, um certo professor me ensinou que elogiar é bom. Nos trabalhos, aprendi que isso, na verdade, é fundamental (e faz um bem inimaginável!). E, nesses três lugares, a ideia de respeito já ensinada em casa foi reforçada. Parece óbvio e repetitivo, mas respeito é bom e todo mundo gosta. 

Também aprendi que é preciso apostar no que se acredita, além de ter fôlego para perseguir o que se quer. E, por mais que pensem que é estupidez dizer isso, uma situação pode contagiar e muito os que estão ao seu redor. “Eu quero!” pode virar um “Nós queremos!” tanto quanto um “Eu não consigo!” pode vir a ser um “Nós não conseguimos!”. Diante desse contágio, é preciso ter calma e não se deixar abater. Muitas vezes a vida vai exigir que você dê aquilo que você nem acredita que tem. Ter calma e não se cegar pelo medo ou fraqueza ajuda a reunir forças para dar o seu melhor. E, acredite, esse melhor É melhor do que você pensava que poderia dar.

Ser companheiro(a) também é essencial. Se você preza por alguém, deve dizer ou demonstrar nem que seja com um olhar. E, se esse alguém passar por dificuldades, aí mesmo que você deve estar do lado. Não digo que devemos nos submeter, mas sim abrir mão de nossas banalidades para dar o mínimo que essa pessoa precisa. Entretanto, não devemos nos conformar e achar que já fizemos tudo o que deveríamos. Não se trata de “você”! Coloque-se no lugar do outro e pense: “Se eu fosse ele(a), isso atenderia às minhas necessidades?”. Posso dizer também que é nos momentos de sofrimento que valorizamos um sorriso, principalmente se for seguido de uma gargalhada.

Como ensinamento final dado pelo meu ano, diria que é indiscutível que todos nós erramos. Pedir desculpas é o ideal, mas, caso não tenhamos coragem, é preciso refletir sobre aquilo e tentar não repetir. Também é preciso ter noção de que nem sempre nossos erros são apagados, então é preciso ter paciência e humildade para lidar com esse tipo de frustração.

Agradecimentos especiais aos meus pais e meu irmão, que estão sempre ao meu lado mesmo quando não me faço acessível; à Isabella, minha maior companheira; aos familiares, pelos momentos de diversão e carinho; às minhas alunas e ao CCAA Botafogo, pelo carinho, dedicação e credibilidade; à UFF, que tanto me ensina e que me proporciona pessoas maravilhosas para conviver (não vou citar ninguém, porque gosto de muita gente hahaha) e aos amigos antigos, que me apoiam mesmo quando não peço.

2014 já promete um primeiro desafio, que é ter a ausência física dos meus pais. "Força na peruca!"

Enfim, feliz 2014 para quem teve tempo, disposição ou apenas paciência para ler minhas reflexões. E para quem não leu também! (Poderia ter sido maior. hahaha Felizmente, acho que aprendi muito!)