quarta-feira, julho 03, 2019

A Cela

Tive um sonho estranho. Um sonho ruim.
Ah, esses sonhos... Despertam tanto em mim...
Não é fácil tentar achar um sentido para eles.
Não porque não sei o que pensar. Mas sim porque dói.
Tem muita coisa entalada ainda. Muito a dizer.
Muitas vezes me pego a ponto de chorar. Mas não me permito.
Tento compensar a tristeza com a raiva.
Deveria estar só triste, mas não suporto minha tristeza.
Pensando bem, a raiva (também) é de mim mesma.
Como é que cheguei a esse ponto?
O medo de ficar vulnerável, o medo de me expor, o medo de não ser amada...
Tantos medos me fizeram prisioneira de mim mesma.
Vou até mim, abro a cela. Mas não me reconheço.
Talvez depois de um tempo isso seja possível.
É, às vezes eu consigo me enxergar em meu olhar. Vejo por uma fração de segundo todas as Anas ao longo desses 26 anos. Não me sinto exatamente como nenhuma delas, mas ao mesmo tempo me sinto como todas.
Todas são eu. E sou todas elas.

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