sexta-feira, junho 11, 2010

Escrito na aula de Português.

"A bela feia


Ela era bela, de pele branca, levemente rosada. Seus cabelos loiros como fios de ouro eram cuidadosamente penteados todos os dias. Eram presos em um formoso rabo-de-cavalo com uma fita mais cara do que qualquer roupa que eu tinha. Era rica, filha de uma boa família. Era educada para ser uma verdadeira dama.
Mas eu sabia que sua beleza escondia um enorme vazio, uma imensa feiúra.
Ela não sabia o que dizer. E, quando sabia, dizia em voz alta como se fosse uma verdade incontestável. Porém, suas opiniões só me mostravam o quanto ela era desprezível. Arrogante. Só sabia enxergar seu próprio reflexo.
Dava-me nos nervos: Como uma mulher tão suja poderia ser tão apreciada? Se observassem seus olhos por um tempo maior que o normal, veriam que ali existia a mentira.
Ela nem era tão bela assim: Seu nariz era torto. Seu sorriso, dentuço. Vazio. Seu andar era, no mínimo, peculiar.
Perguntava-me o porquê de ela ser assim. Será que não percebia o quão fútil era?
Mas, então, percebi que, talvez, houvesse uma razão para isso. Talvez não fosse apreciada como queria. Possivelmente, não era amada pelos pais. E, para amenizar a dor, desligava-se do seu coração, da sua verdadeira alma.
Percebi que eu nada tinha a ver com isso.
Fui cuidar da minha vida."

2 comentários:

moni disse...

uhm.. esse título me lembrou alguém aoskoksao. mas hein... tão bem escrito que ficou :)

shi disse...

NÃO DIGA ISSO!