terça-feira, dezembro 07, 2010

Someone's knocking on my door

Amanhã irei fazer 18 anos.
Finalmente serei responsável por mim mesma (teoricamente).
Vou ser legalmente adulta.
Mas o que fazer quando não se quer crescer?
Passei anos esperando por este dia, mas hoje, um dia antes de ele chegar, já não quero que ele chegue.
Responsabilidades virão. Será que estou pronta para recebê-las?
Problemas se complicarão.
E eu que sempre achei que iria sair de casa assim, no dia seguinte!
Era minha vontade. Sair de casa logo. Cansei de brigar com o tempo, porque ele não passava e, consequentemente, atrapalhava a minha liberdade.
O desejo pela liberdade não mudou. Eu quero ser livre. Mas não da forma que eu queria antes.
Eu não quero quebrar laços, cortar relações. Muito menos com os meus pais.
Eu não quero ganhar rios de dinheiro. Simplesmente ter uma vida confortável me parece mais atraente.

Sempre quis ter 17 anos.
Seria a idade que eu não seria mais criança, mas não seria adulta.
Contaria os dias para fazer 18 anos.
18 anos - a idade que eu massacraria todo mundo. Dizer tudo aquilo que estava engasgado durante anos.
Hoje, finjo que não há nada engasgado. Tomo um copo d'água e tento respirar o ar que entra através da janela da minha sala de estar.
O medo, inexistente 4 anos atrás, passa a ser minha sombra.
Não quero ficar presa, mas também não quero ser livre. Porque talvez eu não esteja disposta a pagar o preço pela minha liberdade.

Quando queria fazer 17 anos logo, sempre achei que eu seria mais determinada do que nunca.
Chega a ser engraçado (e até irônico) perceber que me tornei o oposto daquilo que eu sonhava aos 14 anos.
Até que ser mentalmente impulsiva tinha suas vantagens. Tomar decisões com certeza não era um problema.

17 anos - a idade que pensei que meus valores se tornariam cada vez mais concretos - foi a idade que mais mudei.
Arrisco dizer que se juntar todos os outros anos que vivi e comparar com o ano que tive 17 anos, possivelmente, dará para perceber que não mudei tanto assim antes.
Quando paro para pensar no começo do ano, quando tinha acabado de completar 17 anos, parece que não sou a mesma pessoa.
Não sei se isso é bom ou ruim. Por enquanto, é apenas estranho e inesperado.

18 anos, parem de bater à minha porta! Amanhã eu lhes atendo da melhor maneira que eu puder.
E fiquem por mais tempo, porque os 17 anos foram embora muito rápido!

Um comentário:

Anônimo disse...

I dream about my sweet 18 *---*
Não cheguei nem nos 17 ainda...